Professores do séc. XXI ...
Salas de aula do futuro!

Mais uma pequena participação no fórum de Ambientes Educativos com as TIC
Na
minha perspetiva, perante uma sociedade em permanente mudança e evolução
tecnológica, a escola atual ainda não se encontra preparada para dar
resposta às necessidades e exigências dos jovens, pertencentes à dita
geração de "nativos digitais". Neste oceano de constante agitação, de
transformações económicas e concorrência, é urgente adequar e articular
as escolas e as práticas pedagógicas ao ritmo e aos requisitos da
vida/sociedade contemporânea. A esta nova sociedade global terá de
corresponder uma nova escola, capaz de assegurar a formação adequada dos
novos cidadãos e de adaptar os recursos e as práticas aos alunos de
hoje.
De acordo com o "Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre
Educação para o Século XXI", a sociedade do conhecimento assenta em
quatro pilares ou grandes objetivos educacionais:
"aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em comum, aprender a ser".
O papel dos professores e da escola, como instituição reguladora de
processos, será de "abrir caminho" para transformar o caos da informação
(descontrolada e disponível) num universo de conhecimento, o que
implica capacidade de análise crítica e reflexiva, articulação entre os
saberes já adquiridos e as novas informações, de modo a filtrar e obter o
saber efetivamente relevante.
É
necessário que os professores estejam preparados para interagir com as
novas tecnologias num ambiente de trabalho, predominantemente
colaborativo. Ser professor do século XXI acarreta, além da competência,
da habilidade interpessoal, do equilíbrio emocional, ter consciência de
que mais o desenvolvimento humano é mais importante que o
desenvolvimento cognitivo e que o respeito à diferença está acima de
qualquer pedagogia. Como refere Nóvoa (1995, p. 29), "Os professores
precisam reencontrar novos valores, novos idealismos escolares que
permitam atribuir um novo sentido à ação docente". Torna-se fundamental
desenvolver nos alunos autonomia, responsabilidade e espírito critico.
Embora se continue a evidenciar nas escolas alguma resistência à mudança
e a manter ainda a sua identidade cultural e organizacional, torna-se
cada vez mais evidente a necessidade urgente de mudança. Além de ser
imprescindível renovar (ainda mais) políticas educativas e currículos,
será necessário mudar mentalidades, crenças e rotinas enraizadas em
todos os intervenientes, diretos ou indiretos, do processo educativo.
Delors, Jacques (org.). Educação um tesouro a descobrir - Relatório para
a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI.
Editora Cortez, 7ª edição, 2012
Nóvoa, A. (Org.) Profissão professor. Portugal: Porto, 2. ed., 1995.
Perrenoud, Ph. (2000). Dez Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed