Existem várias modalidades de ensino, como, e-learning, b-learning, m-learning, u-learning.

Quais as grandes diferenças?

O termo e-learning, uma modalidade de educação a distância, tem estado ultimamente mais em destaque devido ao uso intensivo de tecnologias de informação e comunicação através da internet no Ensino a Distância (E@D). Deve ser entendido sobretudo como exploração, experiência, envolvimento, usabilidade, algo que não só transmite informação, mas que ao mesmo tempo amplifique a aprendizagem. O termo ganhou um novo fôlego, uma vez que o uso dos meios eletrónicos no processo de ensino e aprendizagem é o único meio de transmissão de conteúdo. A principal diferença entre o Ensino a Distância e o e-learning é que este é totalmente suportado por tecnologias da informação, enquanto no E@D há presença de professores, em regime síncrono (vídeoaulas) ou assíncrono. Ambas as modalidades apresentam pouco investimento, flexibilidade e autonomia. O b-learning (blended learning) é uma variação do e-learning, mas é uma modalidade que inclui sessões presenciais. Trata-se assim de um sistema de formação/aprendizagem híbrido, ou seja, misto ou combinado. Resulta então de uma «mistura» de abordagens pedagógicas e de recursos, com o uso de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), para apoiar aulas presenciais, armazenar materiais didáticos, organizar leituras e talvez discussões online. O m-learning (mobile learning) é uma modalidade que surgiu devido ao rápido desenvolvimento dos dispositivos de "bolso" - dispositivos móveis, tal como tablets e smarthphones. Com recurso a Wireless e ao Bluetooth acede-se a ferramentas, aplicações em qualquer local e a qualquer hora, é o e-learning mais o b-learning em movimento - Aprendizagem móvel. As duas modalidades anteriores permitem que a aprendizagem passe para espaços e tempos para além dos muros escolares, o m-Learning permite esse mesmo feito, mas liberta o utilizador do espaço fixo - em qualquer lugar, a qualquer hora - total flexibilidade.

"A tecnologia móvel e sem fio admitem a troca de informações, o compartilhamento de ideias e experiências, resolução de dúvidas e acesso a uma vasta gama de recursos e materiais didáticos, incluindo texto, imagens, áudio, vídeo, e-books, artigos, notícias on-line, conteúdos de blogs, microblogs, jogos, Ambientes Virtuais de Aprendizagem, de forma a interagir com colegas e professores em diferentes contextos." (Rocha et al., 2020)

Por outro lado, traz inúmeros desafios, possibilidades e problemáticas relacionados à sua implementação. Tais recursos também podem ser usados no b-learning e e-learning. No entanto, a utilização deste tipo de tecnologias móvel na educação precisa de ser tratada com alguma atenção, reflexão e responsabilidade. A facilidade com que é utilizada pode desvirtuar o principal objetivo das TIC na educação: usar as tecnologias, mas sem comprometer as aprendizagens. O u-learning (Ubiquitous Computing) traz uma nova perspetiva para os processos de ensino e aprendizagem através de dispositivos móveis, uma aprendizagem "omnipresente", muitas vezes apelidade de "internet das coisas". É uma modalidade de ensino sensível ao contexto. O u-learning "Faz uso de tecnologias móveis e sem fio, sensores e mecanismos de localização que interagem com os usuários, formando com eles redes virtuais e reais de pessoas, objetos, situações ou eventos"(Cristina & Passos, 2016). Esta modalidade integra a computação no mundo real/físico, ou seja, integrar a informática com as ações e comportamentos naturais das pessoas - fala, gestos, presença no ambiente ou até mesmo a movimentação dos olhos. Ao nível do ensino este acontece em redor do estudante, mas sem este ter a consciência que está a aprender, as ferramentas/recursos para aprendizagem estão disponíveis, mas o aluno não tem de fazer nada para aprender, os "objetos" apenas têm de estar lá. Os objetos funcionam como estratégias de aprendizagem camufladas/dissimuladas. O papel da tecnologia de computação ubíqua no U-learning é manter um ambiente de aprendizagem acessível, que permite a qualquer pessoa aprender em qualquer lugar e a qualquer hora, mas em que a informática está "invisível". Tal como refere (Jaiswal, 2012): "U-learning is a learning paradigm which takes place in a ubiquitous computing environment that enables learning the right thing at right place and time in the right way." Permite e promove a interatividade, o estudante pode utilizar diferentes recursos para interagir com colegas e professores; o imediatismo, o estudante pode recuperar a informação no tempo que desejar; a acessibilidade, a informação sempre está disponível ao estudante; e, por fim, a permanência, no qual a informação permanece no ambiente, sendo que a mesma só será removida quando o estudante assim desejar. Muitos jogos usam este tipo de modalidade de ensino (como o jogo "Pokémon Go"), o utilizador ao jogar era confrontado com informações relativas a monumentos, casas com história, ruas e praças. Tal como é referido por (Moura, 2012, p.8): "Os jovens vivem diariamente expostos a todo o tipo de mensagens e estímulos mediatizados tecnologicamente. Espera-se que a escola aproveite favoravelmente estas condições e potencie a integração dos meios tecnológicos nas suas práticas educativas".A realidade aumentada é também um exemplo da aplicação de U-Learning. A imagem computacional é vista no mundo físico através dos dispositivos. Alguns museus já usam este tipo de tecnologia "transmissor - recetor", outros já utilizam gráficos/imagens 3D, interativos e imersivos (a chamada realidade virtual - RV, (que já será uma modalidade de i-learning). Na RV é criado um ambiente virtual no qual o utilizador se pode inserir como se estivesse mesmo ali, mas tudo não passa de um sistema computacional. São inseridos através da tecnologia efeitos visuais e sonoros, o utilizador fica totalmente imerso no ambiente simulado virtualmente, pode interagir ou não com o que vê ao seu redor, dependendo das funcionalidades do sistema utilizado. Com o 5G será possível criar cenários muito interessantes para a evolução da RV. Poderão estar conectados mais dispositivos e ampliar as comunidades de usuários. No entanto, levantam-se questões relativas à privacidade dos usuários e sobre o quanto a computação pode ser "invasiva". Essa situação poderá vir a ser um grave problema, difícil de contornar, dado o cruzamento inevitável de dados que as máquinas terão acesso a acrescentar à inserção nos sistemas da inteligência artificial. Seremos permanentemente observados e controlados.

Cristina, R., & Passos, D. E. A. (2016). Adaptação Ao U-Learning : Incremento De Técnicas De Ensino-Aprendizagem , Desenvolvimento Da Sabedoria " Adaptação Ao U-Learning : Incremento De Técnicas De.

Jaiswal, D. (2012). New Approaches in Learning : E-Learning , M-Learning and U-Learning. Srijs, I(II), 197-203.

Moura, A. (2012). Mobile Learning : tendências tecnológicas emergentes. 15. https://www.researchgate.net/publication/261483033_Mobile_Learning_tendencias_tecnologicas_emergentes

Rocha, S. S. D., Joye, C. R., & Moreira, M. M. (2020). A Educação a Distância na era digital: tipologia, variações, uso e possibilidades da educação online. Research, Society and Development, 9(6), e10963390. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3390


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